sexta-feira, 13 de agosto de 2010

A flor e o tempo

"Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou ainda de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.

(...)

Quarenta anos e nenhum problema
resolvido, sequer colocado.
Todos os homens voltam para casa.
Estão menos livres mas levam jornais
e soletram o mundo, sabendo que o perdem.

(...)

Uma flor nasceu na rua!
Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio."

(Trechos de "A flor e a náusea", de Carlos Drummond de Andrade)

Um comentário:

  1. Olá!
    É a segunda vez que visito este espaço. Um espaço que, em minha opinião, é rico em conteúdo. Um lugar onde correlaciona a riqueza da literatura com a simplicidade que há no cotidiano das pessoas. Simplicidade que inspira e que pode ser tão valiosa se olhada com profundidade.
    E é por este motivo que o achei merecedor de ganhar o selo "Blog de ouro".
    Passa lá para pegá-lo!

    http://emsimplespalavras.blogspot.com/

    Abraço e sucesso.

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