Retrato de Ausência



          "Retrato de Ausência" é um pequeno drama sobre as drogas. Embora seu tema seja, de certa forma, banal, o esquete traz no enredo uma quebra brusca da linear temporalidade cênica. A personagem principal, uma mãe anônima, tem no filho (que é envolvido com drogas) a fonte de seus tormentos: revivendo fases passadas de suas vidas ao folhear um álbum de fotografias, soma todos esses momentos ao atual e padece numa densa tortura psicológica.
          Passado e presente se confundem no espaço cênico, que trabalha com iluminações difusas, e no espaço da trama, que é marcado principalmente pelo espaço da mente da mãe. Vozes da consciência dela ecoam também no ambiente da cena como que a permear toda a atmosfera da história e prenunciar um fim próximo e provável. Vivendo a tensão da espera pela volta do filho, que sumiu, a alma da personagem central entra em estado torpe quando recebe a notícia de que ele não mais voltará, uma vez que morreu.
          A peça, que apesar de ter apenas 15 minutos é extremamente densa, é o primeiro trabalho do Tecendo a Manhã cuja escritura é de alguém do grupo (no caso, Fábio de Oliveira, o diretor). Sob a direção de César Santos e Uesele Nascimento (coordenadores do grupo), com apoio de Fábio de Oliveira, o esquete só foi apresentado, até então, no I Festival de Cenas Curtas do Teatro Sergipano (FACETAS), em 2010, organizado pela Cia de Teatro Cobras & Lagartos. Está nos planos do grupo retrabalhá-la em projetos futuros.

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