Sobre o Grupo


O Grupo Cultural "Tecendo a Manhã" foi fundado em meados de 2005 por Fábio de Oliveira, que, na ocasião, recebeu o apoio de César de Oliveira e Uesele Nascimento (ainda hoje integrantes do grupo). Inicialmente, a ideia era apenas reunir pessoas que comungassem do gosto pela poesia e realizar saraus literários na sua pacata cidade de origem, Lagarto. O primeiro deles aconteceu no dia 03 de setembro de 2005 e teve como foco a obra de João Cabral de Melo Neto, autor do poema "Tecendo a manhã", que dá nome ao grupo. Sucederam a esse outros tantos saraus, a exemplo dos que trabalharam a poesia de Luís Vaz de Camões, Fernando Pessoa e Florbela Espanca, sempre primando pela poesia e pelas apresentações musicais que desfechavam os eventos.
Ao longo do tempo, sentiu-se a necessidade de expandir a ideia e as atividades artísticas. Depois de um período de latência, veio a primeira peça encenada pelo grupo: O Oratório de Santa Maria Egipcíaca, que ficou em cartaz em 2008 e cujo texto é da poetisa Cecília Meireles. O grupo agora tinha uma formação mais fixa do que na época dos saraus, fator determinante para a consolidação desse e dos trabalhos que estariam por vir.
Em 2009, o Tecendo a Manhã apresentou a peça O livro dos dias, baseada na obra do poeta Augusto dos Anjos, que já havia sido trabalhado na época dos saraus. Em 2010, o espetáculo apresentado foi A flor e o tempo, baseado na poesia de Carlos Drummond de Andrade, também já trabalhado enquanto sarau. Essas duas apresentações foram montadas totalmente a partir de poemas dos respectivos autores, mas a escolha dos textos, sequenciação, montagem final e direção teatral foi de Fábio de Oliveira (diretor do grupo).
Ao longo desses anos, também foi trabalhado um esquete do poema O operário em construção, de Vinicius de Moraes, pequena apresentação com temática advinda do contraste social capitalista. Essa apresentação foi encenada pela primeira vez em  2005, no sarau "A arca em construção", que focou  esse texto e poemas infantis de Vinicius de Moraes. De lá para cá, o grupo tem apresentado o esquete em diversas ocasiões.
            Ainda em 2010, o Tecendo a Manhã apresentou, no I Festival de Cenas Curtas do Teatro Sergipano (FACETAS), o esquete Retrato de Ausência. O breve espetáculo, que é o primeiro trabalho do grupo cuja escritura é de alguém do grupo (no caso, de Fábio de Oliveira), possui apenas 15 minutos, mas traz uma carga dramática bem mais densa do que esse aparente pouco tempo comporta.
Em 2011, sob a direção de Uesele Nascimento, o grupo montou um pequeno esquete acerca do assassinato do juiz Filomeno Hora, personalidade ilustre da história lagartense. A pequena peça foi apresentada em abril na Feira Livre de Lagarto, dentro das festividades do II Encontro Cultural da cidade. Esse esquete parece ter aberto uma fase de trabalhos com temáticas mais populares do Tecendo a Manhã, pois meses depois, em 2 de julho, o grupo estaria organizando a I Feira de Cordel do Alto da Boa Vista, evento que congregou não só a poesia popular, mas também a culinária e o artesanato locais, e outro esquete intitulado Lagarto em contos e em cantos, que contemplou,  também com direção de Uesele Nascimento, alguns fatos populares da história de Lagarto sob a forma de contação. Além deles, em janeiro deste ano, foi apresentado o esquete Muitas Vozes, baseado em poemas sociais de Ferreira Gullar e com direção de Fábio de Oliveira.
        Como infelizmente os arquivos fotográficos referentes aos saraus se perderam em alguma câmera por aí a fora (ficando, porém, na memória dos que deles participaram), aqui estão mostras do que podemos chamar de "segunda fase do grupo". Além de organizar eventos próprios, frequentemente, o Tecendo a Manhã é convidado para se apresentar em espaços públicos, como escolas e asilos, o que nos leva a concluir que, trabalhando poesia, música e teatro num mosaico de artes, ele vem tecendo manhãs nos lugares mais longínquos e promovendo a força humanizadora da arte. 

Grupo Cultural Tecendo a Manhã