Não, o tempo não chegou ainda de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
(...)
Quarenta anos e nenhum problema
resolvido, sequer colocado.
Todos os homens voltam para casa.
Estão menos livres mas levam jornais
e soletram o mundo, sabendo que o perdem.
(...)
Uma flor nasceu na rua!
Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio."
(Trechos de "A flor e a náusea", de Carlos Drummond de Andrade)