"O preço do feijão
não cabe no poema. O preço
arroz
não cabe no poema.
(...)
O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
e sua vida fechada em arquivos
(...)
- porque o poema, senhores,
está fechado:
'não há vagas'
(...)
O poema, senhores,
não fede
nem cheira"
(Trecho de "Não há vagas", de Ferreira Gullar)
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