domingo, 11 de março de 2012

"O preço do feijão
não cabe no poema. O preço
arroz 
não cabe no poema. 
(...)

O funcionário público 
não cabe no poema
com seu salário de fome
e sua vida fechada em arquivos 
 (...)

- porque o poema, senhores,
está fechado:
'não há vagas'
(...)

O poema, senhores, 
não fede
nem cheira"

(Trecho de "Não há vagas", de Ferreira Gullar)

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